Entrevista com Léo Áquila




Revista Zoom - Como e quando surgiu a personagem Léo Áquilla?



Léo Áquilla - No teatro. Eu tinha apenas 12 anos e já me apresentava. A Léo Áquilla nasceu numa peça de teatro chamada “Plásticas de sonhos” onde eu entrava em cena fazendo vitrine viva como se fosse uma boneca de corda.





RZ - Você sofreu muito preconceito no começo na sua carreira?



LA - Sim e sofro até hoje e sofrerei amanhã também.





RZ - O “Feitiço de Áquilla” foi o primeiro espetáculo apresentado e estrelado por você. A ousadia, a irreverência e a maneira diferente das suas apresentações se diferenciam e muito de outras transformistas. Por qual motivo você busca essa diferenciação?



LA - Competitividade, mas isso não é meu primeiro plano não. Estou apenas exteriorizando meu talento.





RZ - Espetáculos como “Constelação Áquilla” e “Meu nome é Léo”, é composto por um enredo. Como você cria essas histórias e as transformam nesses espetáculos?



LA - Estudo e pesquisa. Me imagino plateia e o que ela gostaria de ver.





RZ - Quantas pessoas estão envolvidas na montagem de cada show, e qual é a importância do trabalho de cada um?



LA - São muitos profissionais envolvidos, cada um em uma função distinta, mas sou eu que faço a grande maioria das coisas. Todos são importantes, mas são os olhos do dono que engordam o gado.





RZ - Você foi à primeira Drag Queen brasileira a gravar um CD. Mais uma vez sai na frente, e novamente é destaque. Como foi a repercussão disto?



LA - Tudo que é novo assusta. No começo fui rechaçada por outros transformistas, mas sei ser de vanguarda e fiquei tranqüilo. logo depois várias começaram a lançar musicas com a própria voz. Um dia quando eu morrer vão reconhecer meu valor. Ninguém é bom no seu tempo.





RZ - Qual foi a experiência ao trabalhar como repórter do programa “Noite Afora” da REDETV! e ser popularmente conhecida e reconhecida por diversas pessoas?



LA - Todos os dias as pessoas sempre me pedem autógrafos na rua e me envaideço disso, sem arrogância e sem hipocrisia. Ter tido a chance de ser repórter de TV foi a coisa mais mágica da minha vida e é até hoje, pois nasci para TV. quando eu era criança sempre dizia que ainda seria famoso e todos riam... Eis-me aqui, rindo agora.





RZ - A música “Se joga pintosa, põe Rosa”, é um ‘rit’ obrigatório nas melhores casas noturnas do Brasil. De onde veio a inspiração e qual é a mensagem da música?



LA - Não tem nenhuma mensagem, mas cada entende o que quer. Escrevi essa musica despretensiosamente, apenas para me divertir...deu certo!





RZ - Como surgiu o convite para que você fizesse o papel do cabeleireiro Tê, no filme Falsa Loura?



LA - Não houve convite, houve luta. Fiz teste com mais 3000 meninos e consegui o papel. Ano que vem filme o novo longa do Chorão, do Charlie Brow jr. Dessa vez sim foi um convite, dele mesmo.





RZ - Surgiram outras oportunidades para que você trabalhasse mais em algum filme e em outros programas de TV?



LA - Sim vários. Foi convidado para ser protagonista de um filme no Rio de Janeiro. Mas precisaria passar dois ou três meses lá, por isso recusei. Na TV também surgiram outros convites, mas nasci na Rede TV e quero permanecer por lá.





RZ - O seu nome está atrelado às maiores festas e movimentos Gays do Brasil, a qual motivo você atribui isso?



LA - Inteligência. Todos que me conhecem sabem que por trás daquela personagem tem um ser pensante e politizado.





RZ - Léo Áquilla já tem mais 10 anos de carreira e cada dia vem conquistando novos fãs. Quais foram os seus maiores desafios até hoje?



LA - Permanecer no topo. Ostento o título de maior transformista do Brasil e isso faz com que as pessoas me cobrem demais. Tenho que estar o tempo inteiro lindo e explosiva...isso cansa!





RZ - E quais são os planos para 2010?



LA - Política, política e política. Serei candidato a Deputado Estadual.





RZ - Deixe um recado para os seus fãs de Pouso Alegre e região:



LA - Amem-me ou deixem-me! Eu os amo!